quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vale a pena ser sustentável em casa?


A resposta é afirmativa. Mas o que cada um pode fazer pelo planeta nem sempre é aquilo que os manuais recomendam.

O tema da sustentabilidade está nas preocupações de todos os brasileiros. Cada família deseja ajudar, na medida do possível, a reduzir o impacto sobre os recursos naturais do planeta. A dúvida é se o que cada um de nós pode fazer no cotidiano tem realmente influência num problema de dimensões planetárias.

A respeito disso, diz Cristina Mendonça, da consultoria em sustentabilidade Techni: "O impacto de mudanças individuais pode ser pequeno, mas elas ajudam a divulgar a ideia do consumo consciente. Dessa forma, as mudanças podem se tornar coletivas e formar o pensamento sustentável de pessoas que atuam em empresas e governos. Nesses locais, sim, elas podem implantar ações significativas". Com a ajuda de especialistas, VEJA analisou dez das atitudes domésticas mais sugeridas pelas campanhas ambientalistas.

Os índices (BAIXO, MÉDIO E ALTO) indicam o impacto positivo causado pela mundança de hábitos no consumo sustentável

• SUBSTITUIR SACOLAS DE PLÁSTICO PELAS DE PAPEL - BAIXO
A sacola de plástico é a atual vilã do ambientalismo. Sua substituição pelas de papel é a primeira - e muitas vezes a única - atitude sustentável que pessoas e empresas estão dispostas a adotar. Em decorrência disso, o consumo de embalagens de papel no Brasil aumentou 30% desde o ano passado. O plástico das sacolas demora quatro séculos para se decompor na natureza, usa petróleo como matéria-prima e, se jogado em rios e mares, provoca a morte de animais que engolem o resíduo. Só que as vantagens da troca não são tão evidentes. A produção do papel emite 70% mais poluentes atmosféricos que a de plástico. A reciclagem do papel consome 98% mais energia que a do plástico. A solução talvez não seja a troca, mas um descarte mais eficiente das embalagens plásticas.

• FAZER XIXI NO BANHO - MÉDIO
A campanha lançada pela SOS Mata Atlântica baseia-se numa conta simples: cada descarga utiliza 12 litros de água tratada. Como um adulto saudável urina, em média, quatro vezes ao dia, são 17520 litros de água por ano. O objetivo do xixi no banho é aproveitar a água que já está sendo usada e poupar uma descarga por dia. Evidentemente, há modos mais eficientes de economizar água. Adotar bacias sanitárias com caixa acoplada que gaste só 6 litros por descarga, por exemplo. De qualquer forma, toda iniciativa para economizar água tratada é bem-vinda.

• RECICLAR O LIXO - ALTO
Papel, vidro e plástico são recicláveis, com vantagens óbvias para a natureza. Economizam-se matéria-prima e energia. Evita-se o acúmulo de detritos em aterros e lixões. O problema é como fazer isso. Raras cidades brasileiras têm coleta seletiva de lixo. Em São Paulo, por exemplo, esse tipo de serviço só atende a 20% das residências. Em muitos lugares, o melhor a fazer é encaminhar o material reciclável para instituições ou cooperativas de recicladores.

• ABOLIR A CARNE DA DIETA - BAIXO
A rigor, não há motivo para colocar no mesmo prato a abstenção do consumo de carne (que é uma postura filosófica) e a adoção de hábitos sustentáveis - mas existe certa confusão popular entre as duas. É verdade que a pecuária responde por 17% das emissões de gases do efeito estufa e ocupa terras que teoricamente poderiam ser florestas - mas o mesmo se poderia dizer da agricultura. Ambos, a carne e os vegetais, são recursos renováveis domesticados pelo homem e fazem bem à saúde. "Alimentar-se só de vegetais pode causar doenças, como a anemia", diz Solange Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo.

• DEIXAR DE IMPRIMIR DOCUMENTOS - MÉDIO
Economizar papel tem três objetivos.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

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